taekwondo - Roberto Cardia

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Korean Mixed Martial Arts. * Teukgongmoosool ..... 40. Apostila da Academia Faixa Preta. ... marciais, pois a Academia Faixa Preta mantinha o Kung Fu com.
Volume II Ao todo disponibilizei 63 páginas de um total de 152. As páginas foram selecionadas de várias partes do livro e depois agrupadas. Roberto Cardia

TAEKWONDO Arte Marcial e Cultura Coreana Volume II

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Copyright © 2007 by Roberto Nascimento Cardia TODOS OS DIREITOS RESERVADOS – É proibida a reprodução total ou parcial, de qualquer forma ou qualquer meio. A violação dos direitos de autor (Lei nº 9.610/98) é crime estabelecido pelo artigo 184 do Código Penal. Capa e projeto gráfico: Roberto N. Cardia Diagramação: Roberto N. Cardia Revisão de diagramação: Cíntia Daflon Revisão final: Elida Kronig Gráfica: REPROARTE: soluções gráficas sob medida FICHA CATALOGRÁFICA Cardia, Roberto Nascimento, 1970Taekwondo: arte marcial e cultural coreana (v. 2) / Roberto N. Cardia. Rio de Janeiro: R. N. Cardia, 2011. Bibliografia 152 1. Taekwondo

2. Arte Marcial 3. História

I. Título. CDD-796.8

Pedidos e contato com o autor: (21) 8867-3575 (21) 3234-4066 [email protected] www.taochido.com Incentive a produção de publicações sobre o Taekwondo. Não faça (ou empreste para) a fotoreprodução.

AGRADECIMENTOS Por mais uma vez agradeço aos amigos que me acompanharam nesta longa e difícil jornada. Amigos que sabem o significado de tal palavra: amizade. Amigos que neste momento são do mais alto grau de parentesco. É por eles que faço minha pequena homenagem em um simples parágrafo de livro, um naco de papel onde pouquíssimos leitores se interessam em ler. Todos foram e são de grande importância na minha vida, sem exceção. Novamente venho a colocar seus nomes em ordem alfabética, independente do quanto auxiliaram, pois para mim as pessoas doam aquilo que podem oferecer, nem mais e nem menos, são exatas em suas capacidades. A amizade de cada uma delas é essencial e perfeita. No entanto, nunca poderia deixar de agradecer aquelas pessoas que tentam persuadir na promoção da dificuldade e dos empecilhos. Tais personagens fazem parte da nossa história, são estas que muitas vezes apontam as lacunas abertas, que nos mostram a barreira fraca, e sempre estão a espreita de um lapso qualquer para nos atacar. Elas nos fazem crescer. Porém, devo voltar aos reais merecedores, onde poucas vezes, com aquele medo de magoar, não nos mostram o caminho que aqueles outros nos apontam, mas mesmo assim nos fazem crescer em diversos momentos da vida, nos dão o seu carinho e afeto, os quais dentre muitos outros sentimentos estão embutidos na amizade que menciono. Em especial dedico este livro para minha esposa e nossos guris, os quais são os grandes mantenedores de minha felicidade. O meu muito obrigado, Ms. Roberto Cardia Alan do Carmo, Alexandre Felix, Angelo Cesar Resende, Bell Menezes, Bruno Passos, Carlo Felipe Albuquerque dos Santos, Carmelino de Souza Vieira, Chrystiane Stein, Cintia de Aquino Daflon, Cláudio André, Claudio Chaves, Elida Kronig, Ely Nascimento Cardia, Erick Pimentel, Francisco Jose de Luccas Braga, Henrique Oliveira, Jadir Fialho Figueira, João Celso, Ivanildo Marques, José Roberto de Lira, Júlio Cesar, Liebe Busse Ribeiro (in memoriam 1930 - 2004), Luiz dos Santos, Marcelino Soares Barros, Marcus Rezende, Nadir de Carvalho (in memoriam 1912 - 2009), Oberdan Silva, Renato Ribeiro, Rodney Américo dos Reis, Rosane Lumertz, Teófanes Alves Pereira e Vagner Esteves - Academia Kim, Casa do Alpinista, Confederação Brasileira de Taekwondo, Federação de Taekwondo do Estado de Minas Gerais e Federação de Taekwondo do Estado do Rio de Janeiro.

PRESIDENTE DR. CHANG SEON LIN - 9º DAN

Taekwondo - Esporte Olímpico Pratique Taekwondo - Filie-se a FTEMG

FILIADA À CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE TAEKWONDO (CBTKD) FILIADA À PAN AMERICAN TAEKWONDO UNION (PATU) FILIADA À WORLD TAEKWONDO FEDERATION (WTF) FILIADA AO COMITÊ OLÍMPICO BRASILEIRO (COB) FILIADA AO COMITÊ OLÍMPICO INTERNACIONAL (COI)

www.ftemg.com.br Av. Olegário Maciel, 311 - salas 306, 307 e 308 - Centro Belo Horizonte - Minas Gerais - Brasil - CEP.: 30.180-110 E-mail: [email protected]

Telefones: (55 31) 3224-6732 Fax: (55 31) 3271-3054

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Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana II

PUBLICAÇÕES ANTERIORES Primeiro volume do livro “Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana” (capa em preto e branco), publicado em 2007. Ao lado a capa do livro transcrito para o braille (sistema de leitura para cegos), publicado em agosto de 2011 pelo Instituto Benjamin Constant.

Partes selecionadas para download www.4shared.com/document/9z2c9qvo/ Livro_Taekwondo_Arte_Marcial_e.htm

Uma compilação dos apanhados de adivinhas da Tia Nadir, que desde menina foi motivada pelos versos das adivinhações de sua época. Em 1920, as adivinhas eram muito comuns, principalmente as rimadas, passadas de boca em boca sem que alguém tivesse o interesse de anotá-las para a posteridade. Sou um rapaz elegante De cinturinha apertada Tocando o meu violino A espera da bofetada. O mosquito

Veja Tia Nadir no youtube: www.youtube.com/watch?v=TteqEbA10m8&feature=related

“Tae Kwon-Do: Expressando a vida através do movimento”

Missão Promover a inclusão social das crianças, adolescentes e adultos, com e sem deficiência, por meio de atividades educativas, culturais, esportivas, recreativas e de reabilitação, fortalecendo suas potencialidades e estendendo os benefícios a seus familiares.

Apoio

Lira Tae Kwon-Do Clube Mestre Lira - 6º Dan [email protected] (11) 4056-3545

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Av. Alda, 244 - 2º andar Centro - Diadema/SP - CEP: 09910-170 (11) 3481-2048 - [email protected]

Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana II

“O segundo volume propõe uma jornada através de uma reforma cultural e profissional, levando o leitor a tratar seriamente o Taekwondo como ciência, assim como as diversas “Artes Marciais”. Revela nuances sobre aspectos marciais que visam modificar aquele olhar viciado e sem novas propostas.” Ms. Roberto Cardia

ESPÍRITO DO TAEKWONDO CORTESIA INTEGRIDADE PERSEVERANÇA AUTOCONTROLE ESPÍRITO INDOMÁVEL

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TAEKWONDO Arte Marcial e Cultura Coreana

O Caminho dos Pés e das Mãos

Campeonato Brasileiro Master 2008 - Londrina (13 e 14 de julho).

TAEKWONDO Associação de Taekwondo Mestre Alan do Carmo

A tradição marcial e a evolução do esporte olímpico para formar vencedores na vida. Rua Rio da Prata 529 sala 203 – Bangu Rio de Janeiro Tel: (21) 2402-6571

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Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana II

ÍNDICE

o o o o o

AGRADECIMENTOS / 03 DEDICATÓRIA / 13 PREFÁCIO / 15 NOTA / 17 PALAVRAS DO AUTOR / 19 CAPÍTULO I

o O PRINCÍPIO III / 24 • Arte Marcial Sambaquieira / 24 • Ocupantes de Dunas / 25 • Introdução à “Arte Marcial” no Brasil Pré-colonial / 27 • Arte Marcial Nativa / 29 • Os Primeiros Ocupantes da Floresta no Rio de Janeiro / 41 • Mulheres Guerreiras no Século XVI: as icamiabas / 42 • Século XIX / 43 o CAPOEIRA NO SÉCULO XIX / 49 • Os Nambiquaras no Século XX / 68 • Os Xondaros / 69 • Boleadeiras: armas marciais dos charruas, guenoas e guaranis / 73 • BRASIL: a nossa marcialidade / 74

CAPÍTULO II

o o o o o

TAEKWONDO NO RIO DE JANEIRO / 78 FORMADORES DE OPINIÃO / 88 PUBLICAÇÕES NO TAEKWONDO / 90 IDOSOS NO TAEKWONDO / 91 TAEKWONDO: AULAS EXPERIMENTAIS E DESCONTOS POR PACOTES / 92 o O FUTURO DO TAEKWONDO (Uma visão do autor II) / 94 CAPÍTULO III

o O CONCEITO DE MESTRE NO TAEKWONDO / 99

o O MERCADO DE TRABALHO DO PROFISSIONAL DE TAEKWONDO / 102

o TÁTICA E ESTRATÉGIA NO TAEKWONDO / 105 o O CONCEITO DE MESTRE NAS “ARTES MARCIAIS” / 106

o O PERFIL DO PRATICANTE MARCIAL / 109 o ORIGEM DAS ARMAS / 111 o CONDICIONAMENTO FÍSICO X CONDICIONAMENTO TÉCNICO MARCIAL / 113

o A MELHOR MODALIDADE DAS “ARTES MARCIAIS” / 115

o ESPORTE X ARTE MARCIAL / 116 o UM ARTISTA MARCIAL LENDÁRIO / 118 o CRIANÇAS QUE PRATICAM “ARTES MARCIAIS”: UM ENFOQUE DIFERENTE / 120

o DEFESA PESSOAL / 123 CAPÍTULO IV

o TÉCNICAS MARCIAIS NA PREVENÇÃO DE PATOLOGIAS ARTICULARES: ESTUDANDO O OGUL MAKI/ 127 • O Estudo / 127 • A Pesquisa / 128 • Função Marcial / 128 • Ação Terapêutica / 129 • Meridianos Envolvidos / 131 • Pontos de Energia dos Meridianos: como atuam no movimento? / 132 • Indicação dos Pontos Mencionados / 133 • O Grupo Estudado / 134 • Dados Secundários do Grupo Estudado / 135 • Descrição do Movimento / 135 • Perguntas Principais do Questionário / 136 • Considerações Finais / 136 CAPÍTULO V

o o o o

ANAMNESE NO TAEKWONDO / 140 QUESTIONÁRIO PARA O TAEKWONDO / 142 CRÉDITOS / 143 BIBLIOGRAFIA / 145

Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana II

DEDICATÓRIA Podemos dedicar uma vida inteira a alguma coisa; podemos dedicar parte da vida por alguma coisa ou podemos dedicar coisa alguma em nenhum momento. Contudo, estaremos sempre dedicando o nosso tempo... Por mais uma vez dedico esta obra ao saber e a qualquer tipo de expressão cultural, incluo aqueles que, ávidos por conhecimentos, trabalham para se aprimorar como pessoas e profissionais, no intuito de viver em um mundo destinado ao convívio de tantas outras formas de vida. São para os justos que respeitam a vida e enaltecem a cortesia, a integridade, a perseverança, o autocontrole e o espírito indomável. Dedico com carinho aos meus pais, irmãos, amigos, mestres, professores e alunos. Aos parentes que já se foram e me aconchegaram nas situações difíceis e que comigo brincaram e sorriram nos momentos alegres. Aos leitores do primeiro volume que muitas vezes me retornaram para me parabenizar. É também para aqueles que me ofenderam e me caluniaram ou apenas tentaram, com ou sem motivos justificados. Estes, quando enraivecidos, em especial, fizeram parte do meu crescimento, contribuindo em minha evolução, tendo a oportunidade de entendê-los e me conhecer melhor. Por fim, dedico esta obra ao futuro, ao motivo por estarmos aqui e ao momento em que se deu o início de toda uma transformação chamada vida. Ms. Roberto Cardia

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EQUIPE DE TAEKWONDO MESTRE IVANILDO

Educamos jovens capazes de pensar e agir racionalmente e com atitudes positivas diante da vida. WWW.MESTREIVANILDO.COM.BR [email protected] Tijuca - Rio de Janeiro - Brasil 8057-3221 / 9276-5136

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Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana II

Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana II

PREFÁCIO Seria simplório, da minha parte , registrar que esta obra é mais uma publicação no meio de tantas outras. Seria inconsequente dizer que se trata somente de mais uma fonte. Não, caros leitores, preciso esclarecer que a prática e o empenho do autor se transformaram em letras e que estas descansaram sobre o papel para tornar público este conhecimento, muito bem fundamentado, testado e aplicado. Roberto Cardia é um nome forte e mais forte é o que o seu profissionalismo traz. Ele apreende, reelabora e confia ao leitor páginas e mais páginas de um conteúdo não modal e histórico... com uma escrita acessível e linda... como a simplicidade sempre foi... e sempre será. Chrystiane Stein

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Equipe Irmãos Felix de Taekwondo

Fundada em maio de 2006 pelos professores Thiago Duarte e Alexandre Felix

LOCAIS DE TREINAMENTO SANTA CRUZ: CIEP Mario de Andrade (Projeto Mais Educação) ITAGUAI: Colégio UESF SANTA CRUZ: Vila Olímpica Oscar Schimidt SANTA CRUZ: Centro Social Urbano (CSU) CAMPO GRANDE: Colégio Alfredo de Pires Flores (Projeto Mais Educação)

Professores Felix - Thiago Apulchro - Vitor Sant´ana - Thiago Duarte Raianne Mattos - Fabrício Ferreira

Contato (21) 77587612 / 124*68374 Felix 77242041 / 106*98719 Thiago Duarte [email protected]

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Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana II

Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana II

NOTA Pensei em realizar um livro com título à parte para trabalhar os conceitos que nesta obra estão. No entanto, o motivo que me fez manter os volumes foi o simples fato de ter o Taekwondo como estrutura de vida – além do próprio título da obra referir o nome “Arte Marcial” –, trabalho e objeto veicular de conceitos importantes para todos, o qual nos torna o que somos. Que seja pelo nome “Taekwondo” – e não por outro título – onde outras modalidades irão conhecer aquilo que foi dedicado durante anos de trabalho. E é pelo tempo dedicado, mais uma vez, para o fomento e a divulgação incessante de nossa “Arte Marcial”. Tratei e valorizei a arte da guerra como cultura marcial, o que realmente é. Assim como o Taekwondo e tantas outras modalidades que lutam por seriedade e em prol de serem percebidas no meio científico. O compromisso de escrever um novo livro é de grande responsabilidade; se houve sucesso no primeiro volume, o segundo deve ser compatível. A intenção é gerar no leitor a curiosidade em manter sua mente voltada à leitura sem distração, trabalhar a temática marcial em outras abordagens, oferecer novas oportunidades em um campo pouco explorado. Por mais uma vez ressalto que a importância das palavras em coreano é secundária, pois como sabemos existem diversas nomenclaturas para uma técnica ou qualquer outra palavra em coreano. Manterei desta vez, em toda a extensão desta obra, a terminologia “Arte Marcial” entre aspas para que sempre venhamos lembrar o real valor e significado desta palavra, explicada no primeiro volume e onde destacada em vários momentos. Outrossim, a palavra “Arte Marcial” vem sempre, desde a primeira obra, com as suas inicias em caixa alta para que seja levada em consideração o seu ofício e eleita como ciência. “Arte Marcial” é ciência! Mesmo, ainda, sem um curso superior deve ser considerada e trabalhada nesta esfera. Viso e trabalho a nossa arte e as demais modalidades como ofício e área distinta, valores culturais e identidade própria, por este motivo continuo o trabalho que há mais de dez anos venho fazendo para a implantação e fomentação de uma Universidade de Artes Marciais. Alguns documentos que estão em minha posse comprovam anos de trabalho assim como outros que demonstram entidades universitárias que assumiriam tal projeto e, por motivos nunca explicados, desistiam e, logo em seguida, desculpas diversas apareciam para dirimir o andamento de um curso superior.

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ASSOCIAÇÃO CLÁUDIO ANDRÉ Centro de Atividade Física e Mental Além de Defesa Pessoal

Valorizando a educação através do esporte!

ENTIDADES FILIADAS PIEDADE: Colégio Criarte / Tel.: 2269-6538 MÉIER: Colégio Convivendo / Tel.: 2581-9479 INHAÚMA: Clube Caravana / Tel.: 3181-2064 ABOLIÇÃO: Colégio Cems / Tel.: 2599-0909 SANTA TEREZA (UPP): Escondidinho / Tel.: 7805-9119 ABOLIÇÃO: Colégo Projeto do Futuro / Tel.: 3272-9937 CAMPO GRANDE: Colégio Machado e Silva / Tel.: 3316-4055 CAMPO GRANDE: Academia MV / Tel.: 3155-8437 CAXIAS: CIEP nº 369 Jornalista Sandro Moreira / Tel.: 7726-1017 BELFORD ROXO: Colégio São Jorge / Tel.: 8141-5478

PROFESSORES: Marlene da Silva Soares - Erondino Meireles Lima Antonio Marcio Queiroz Supervisão: Ms. Vinícius Garbelotti

LOJA WALL MODAS: Artigos para artes marciais - Roupas masculinas e femininas (21)3405-3731 / 7715-6168

CONTATOS: (21) 7495-5396 / 9574-2199 / 7703-4614 / 7968-2343 / ID.: 14*94550

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Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana II

PALAVRAS DO AUTOR Acredito que o mais importante é fazer do Taekwondo um vetor, um meio para instalar boas tendências nos praticantes. A nossa modalidade, assim como outras na área marcial, exerce um papel importantíssimo na ótica educacional do indivíduo, principalmente àqueles que estão à margem da sociedade. Estes procuram a arte com inclinação de criar meios para sobrepujar terceiros, entretanto existe aqueles que recebem a nossa educação para permanecer e melhorar a sua situação no tocante da inserção social, ou seja, o Taekwondo serve de vínculo para que muitos não deslizem em atos ilícitos. É assim que vejo nossa modalidade, independente de qualquer política interna. O primeiro volume foi pesquisado em diversas fontes. E, na maioria das vezes, não houve conflitos em suas comparações. Quando houve dúvidas para chegar a um denominador comum coloquei nota de rodapé. Em alguns momentos pensei na possibilidade de abranger outras camadas de leitores, e assim o fiz: não praticantes leram partes do livro como, por exemplo, a “Origem e História da Coreia”, além de outros assuntos sobre nossa arte. Pensei nos aspirantes de Taekwondo, estudiosos, professores e graduados; praticantes marciais de outras áreas, os quais poderiam ler sobre a marcialidade de um ângulo reformado. Por isso foram anos de trabalho, estudos e reconstruções de textos. Também não deveremos por este motivo finalizar nossas pesquisas porque creditamos o autor mas problematizar, discutir e avaliar a comunicação literária. Primeiro conselho: duvidem das fontes, duvidem de tudo, mas mantenham o conteúdo à margem da verdade. Segundo conselho: atentar que dentro do Taekwondo, a História Oral1 é a mais difícil de ser trabalhada2 pelo fato de diversas versões diferentes, e também necessita de comparação com outras fontes. Terceiro conselho: observar a história como acontecimentos transitórios que podem ser rápidos ou duradouros. Mas, mesmo assim, os fatos não são isolados e não devem ser estudados desta forma. Os fatos são apenas resultados finais de uma série de acontecimentos.

1

História Oral: estuda o documento oral, ou seja, uma fonte que respalda certos

acontecimentos, passada através de tradições de pai para filho, gravações, etc. A história escrita, podemos considerar, é relativamente mais confiável. 2

E, ao que parece, é a que tem menor valor.

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Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana II

Resolvi também colocar neste volume alguns textos que escrevi anos atrás que circulam na internet como artigos. O fato é que muitas vezes o leitor não tem acesso a internet, e como as informações contidas são preciosas resolvi dedicar algumas linhas nesta obra. Estudar “uma das diversas” origens da “marcialidade” e o processo construtivo é permitir entender as culturas que continham particularidades marcial, onde muitas vezes encontramos no meio das Artes Marciais Contemporâneas e Artes Marciais Desportivas, sem fixar-nos somente em samurais japoneses, hwarangs coreanos, vajramusthi indiano ou o wuchu chinês. São indústrias marciais repletas de elementos significativos que fazem parte de nossa historiografia. Outro fator muito importante foi enfatizar o Taekwondo como modalidade científica, assim como, nas entrelinhas, as outras modalidades marciais. O intuito é demonstrar que o Taekwondo é único e só pertence a ele mesmo e a nós, praticantes! Nenhuma ciência, seja ela qual for, poderá absorver por completo nossas bases. De fato precisamos de outras disciplinas3 para que novas informações sejam úteis ao nosso conhecimento, e devemos descredibilizar aqueles que propõem ajustar-nos como subclasse dentro de qualquer área acadêmica. Desta forma, não há curso superior que possa dizer que estamos fadados ao descrédito por estarmos desvinculados a conselhos enganosos. A criação deste segundo volume tem aproximação com o resgate cultural marcial no tocante de incentivar publicações, textos, tentativas de instigar o leitor a ser mais crítico com qualquer publicação e principalmente tratar uma nova visão, de uma nova reforma. Talvez, a ideia da reforma como principal motivação venha trazer benefícios importantes não só para o Taekwondo mas para cada praticante de qualquer modalidade marcial. A jornada não foi fácil e a maior problemática foi em proporcionar um material importante a um público cada vez mais exigente, para que nas linhas que verão a seguir possam elucubrar e transcender cada vez mais. Tão difícil quanto o primeiro volume, a maior preocupação se deu nos cuidados de garantir qualidade igual à primeira obra, mesmo em suas diferenças.

3

Exemplo notório de disciplina que está em diversos currículos, e em sua grande maioria, são disciplinas “aplicadas à”: anatomia, neuroanatomia, fisiologia, dentre outras.

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Espero poder colaborar ainda mais para o nosso Taekwondo, para a nossa classe profissional, para o crescimento dos nossos alunos e principalmente para uma sociedade que ainda verá a nossa modalidade como ciência.

Visite

WWW.TAOCHIDO.COM

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www.ince.org.br Ensinando Artes Marciais Coreanas

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CAPÍTULO I

O PRINCÍPIO III

Índio caçador.

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O PRINCÍPIO III No primeiro volume da série deste livro foi abordado, nos dois primeiros capítulos, o surgimento de uma nova era há 40.000 mil anos, onde homens se defendiam e atacavam com arcos e flechas rudimentares e suas lanças fabricadas manualmente com pontas de chifres. Questões sobre a Arte Marcial de Toumai, Arte Marcial Romana, dentre outras, foram classificadas para melhor distingui-las. Também foi trabalhado a Arte Marcial Brasileira em um sentido de notoriedade, e, neste capítulo serão estudados elementos sobre a identidade marcial, ou seja, a Arte Marcial Pré-colonial: Sambaquieira e Nativa4. Arte Marcial Sambaquieira O sambaqui5 não era um local de moradia permanente. Os conhecidos “Homens dos Sambaquis”, “Concheiros” ou “Sambaquieiros”6, eram grupos formados por cerca de quinze componentes, com tipo morfológico bem definido, que deslocavam-se para o interior em busca de outros recursos (caça e frutos silvestres). Antecedentes dos nativos de Pindorama viveram na Pré-história de nosso território, deixando vestígios que oferecem meios para que a arqueologia recupere informações sobre o aspecto da vida no passado. As condições do solo favorecem ou não a preservação de diversos tipos de restos materiais. Um exemplo mais resistente ao tempo e às condições adversas são as peças manufaturadas em pedras7, de melhor conservação, que foram descritas no século XVI pelos portugueses, franceses e diversos viajantes como de

4

Nativos do Pindorama.

5

Sambaqui significa, em tupi, “amontoado de conchas”. São monumentos arqueoló-

gicos localizados na costa, lagos e rios do litoral; são depósitos milenares – de 500 a 8.000 anos –, que contém areia, terra, restos amontoados de conchas e alimentos; ossos de repteis, aves, peixes e mamíferos; adornos; pontas de anzol de osso; lâminas de machado; raspadores feitos de conchas; lascas cortantes. 6

Estes homens eram caçadores-pescadores-coletores do litoral que migravam na

sazonalidade. 7

Os chamados líticos.

24

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Arte Marcial Nativa20 Em 1500 d.C.21, na terra Pindorama, hoje Brasil, havia grandes guerreiros que rangiam os dentes e usavam da cólera em seus combates. Índios nativos, de gesta, que guerreavam entre si por tradição. Vingavam-se em rituais de comemoração, matavam seus inimigos e depois os comiam, porém diversos grupos não praticavam a antropofagia22 .

Antropofagia.

20

Tribal em termos genéricos e nativa quando citamos os que habitavam no “Brasil”.

21

Havia cerca de 700 etnias diferentes em 1500 d.C. Estima-se 5 milhões de nativos,

onde em 1970 havia apenas 200 mil. Atualmente, com o aumento da população, chegam a 800 mil. 22

Este ritual estava ligado à concepção de transferir as forças do inimigo, ou seja,

absorver sua coragem.

25

I

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Não somente percebemos os estágios da evolução humana em diversos setores como também da marcialidade: nas escolhas das armas para a guerra (clavas, tacapes, zarabatanas), do uso das armas comuns de proteção do dia a dia (arcos e flechas, boleadeiras) ou de uso para caça23 . Os homens estavam destinados à arte da caça, pesca e guerra, enquanto as mulheres trabalhavam na agricultura, cerâmica e cestaria. A memória destes nativos estava vinculada à tradição oral e dividida nos dois maiores troncos linguísticos: macro-jê e macro-tupi24 . Para melhor elucidar e respaldar o tema e o período abordado, as fontes escolhidas foram: Relação do Piloto Anônimo, de 8 de março de 1500; Capitão Binot Paulmier de Gonneville, de 19 de junho de 1505; Pêro Vaz de Caminha, de 1 de maio de 1500; Pêro Magalhães Gândavo, da obra História da Província de Santa Cruz, publicado em 1576; Jean de Léry, da obra Viagem à Terra Brasil datada de 25 de dezembro de 1577; André Thevet, da obra As Singularidades da França Antártica, publicada em 1558; e Hans Staden, da obra Viagem ao Brasil, publicada em 1557. A análise comparativa segue com diversas citações. Aborda as armas e suas confecções, as pinturas de guerra, a hierarquia, o cotidiano, a movimentação e a marcha de guerra, dentre outros. Os elementos de guerra não tiveram total abrangência, pois nas fontes escolhidas há ausência de informações para concluir algumas questões. Entretanto, existem outras fontes que poderão complementar este trabalho e fechar algumas lacunas, assim como produzir novas pesquisas. É possível, por exemplo, que não tenhamos a descrição exata de como era a produção das armas, se havia algum especialista na produção em alguma das diversas nações25, cantos ou ritos na fabricação, etc. Mas, com certeza poderemos afirmar que nossos antepassados “brasileiros” eram exímios guerreiros marciais, fortes, destemidos, “cruéis” ao olhar

23

Entretanto, nem todas estas armas eram levadas ao combate, somente aquelas

sem uso no no dia a dia eram escolhidas para a guerra como, por exemplo, as clavas. 24

Existem outras pequenas famílias que não foram relacionadas com os troncos

apresentados, assim como línguas que não foram classificadas e seus dialetos. 25

Até onde sabemos, o habitual, ao que parece, era a produção individual, ou seja,

cada guerreiro fabricava a sua arma.

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Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana

através da comprovação dos diversos sambaquis ao longo do litoral. Podemos encontrar na Floresta da Tijuca registros não codificados destas sociedades, onde se constatam populações que viveram naquele habitat. Outrossim, a proximidade com o mar, rios, vales e a mata fechada eram os principais locais que serviram de moradia para os ocupantes que ali estiveram, assim como o desfrute riquíssimo da flora e da fauna. Mulheres Guerreiras no Século XVI: as icamiabas Quando André Thevet esteve aqui conheceu as icamiabas, as quais fez associação com as mulheres guerreiras (amazonas66) do poeta grego Homero e do historiador Heródoto. Também, em 1540 o frei Gaspar de Carvajal esteve em uma expedição com o explorador espanhol Francisco de Orellana no rio Amazonas67, onde estiveram frente a frente com as mulheres guerreiras. Entretanto, em nosso “Brasil”, e segundo os autores, estas mulheres habitaram em ilhotas, longe de qualquer tribo ou pessoa. Suas ilhas eram como fortalezas, com o intuito de protegerem-se de outras tribos que tentassem invadir em suas canoas. Os ataques, assim como suas defesas, eram realizados com flechadas e, seus escudos – feitos com cascos de tartaruga – as protegiam de qualquer tiro com arco. Assim como outros nativos da região, suas atividades eram sempre as guerras, por este motivo são consideradas mulheres guerreiras. Existem diversas controvérsias sobre sua origem, tanto que sua linhagem nativa denomina-se icamiabas ou coniupuiaras. Entretanto, desmistifiquemos a ideia de que as icamiabas cortavam os seios, mas sim queimavam um deles na juventude, porém com o mesmo propósito de se tornarem destras nos tiros com arco. Interessante citar e demonstrar a fonte primária, a qual fez parte da pesquisa. Pêro Magalhães Gândavo relata a forma de como viu e conviveu com as icamiabas em seu livro História

66

a = sem, privação + mazon = seio

67

O rio Amazonas teve este nome por ter Francisco de Orellana comparado as

icamiabas com as amazonas.

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I

Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana

Cavalaria guaicuru.

A descoberta de novos fatos, comprovados através de fontes seguras, aparecem em boas proporções para que possamos credibilizar na existência marcial em nossa terra. Constata-se que, de pesquisa em pesquisa teremos cada vez mais a certeza de que nossos antepassados foram tão guerreiros quanto qualquer outro, e quem sabe, os mais bravos e valentes como relatou Jean

Chefe guaicuru ao lado do cavalo.

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Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana

de Léry. Tal viajante foi um simples sapateiro e estudioso da teologia, esteve em nossas terras no século XVI e tinha como função colaborar na tentativa colonizadora de Villegagnon. Este francês escreveu tudo o que viu e relatou no livro Viagem à Terra Brasil. Segue parte do que os seus olhos presenciaram a respeito de um confronto entre dois grupos de nativos: “À proporção que se aproximavam redobravam os gritos, soavam as cornetas, levantando os adversários os braços em sinal de ameaça e mostrando-se mutuamente os ossos dos prisioneiros que haviam comido e os colares de dentes de mais de duas braças de comprimento [4,4 metros] que alguns traziam pendentes do pescoço; e o espetáculo desta guerra era horrível. Ao se enfrentarem, porém, foi ainda pior.”70. Enquanto conseguiam se mover continuariam atacando sem nunca recuar, usavam clavas (tacapes) poderosas que rapidamente matavam o oponente, similar a um açougueiro71 quando abate um boi. Foram guerreiros que não cobriam o corpo com proteções, fora os enfeites de perna, braceletes e outros adornos. Seus tacapes vermelhos ou pretos mediam de “cinco a seis pés”72 de comprimento, de forma chata com a extremidade redonda ou oval, obtendo largura de dois palmos, pesado e afiado. Léry menciona a dificuldade que um espadachim francês teria de enfrentar um guerreiro destes, pois eram muito habilidosos, principalmente quando enraivecidos. Além deste instrumento de ataque, tinham o arco que era pesado e confeccionado da mesma madeira que o tacape: “Um europeu não podia vergar e muito menos atirar com êle mas tão-sòmente conseguiria com um arco dêsses que usavam os meninos indígenas de nove ou dez anos de idade.”73. As flechas, com quase uma braça de comprimento74, tinham em sua ponta ossos pontiagudos ou pedaços de taquara seca. Usavam também venenosos ferrões de cauda de arraia. No entanto, com a chegada dos portugueses e dos franceses vieram a utilizar pontas de pregos quando não mais tinham seus próprios produtos manufaturados. Defendiam-se das flechas inimigas com

70

LÉRY, 1961, p. 170.

71

Na verdade o autor cita o nome “magarefe”.

72

Cerca de um metro e meio a dois - Um pé é igual a 12 polegadas; uma polegada

é equivalente a 2,54 centímetros. 73

LERY, 1961, p. 167.

74

Dois metros e meio.

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Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana

CAPOEIRA NO SÉCULO XIX O discurso é de estabelecer e apresentar o perfil histórico da Capoeira no Rio de Janeiro – no século XIX –, para isso fontes importantes foram consultadas como, por exemplo, jornais da época e a obra “Capoeira Angola, ensaio sócio-etnográfico”, do etnólogo Waldeloir Rego que, muito considerado em sua época, marcou o ano de 196878. Até onde sabemos, estudiosos sobre o tema e fontes pesquisadas por historiadores relatam que o jogo da Capoeira não existia antes da chegada dos negros ao Brasil, ou seja, em terras africanas poderia ou não existir movimentos similares para que pudéssemos comparar a “Arte Marcial” com qualquer outra expressão. Entretanto, mesmo que fosse percebido, a dificuldade em saber se já existia ou se havia sido importada pelos próprios que a desenvolveram no Brasil, viria a ser considerada um grande problema no tocante de originalidade. A dúvida seria do simples fato de que os escravos poderiam comprar sua alforria pela mesma quantia, desde que se passassem dez anos. Seguindo esta lógica, e diga-se de passagem que acontecia com frequência, poderíamos ver o escravo retornando ao berço de sua terra natal com elementos diversos: os costumes e a própria arte referida. Muniz Sodré relata que há uma tradição de luta com as pernas na África, porém esta tradição não esteve presente aqui no Brasil. Descreve que os haussás eram bons com as pernas assim como Zumbi,

78

Como diz Odorico Tavares na contracapa “Waldeloir, um jovem etnólogo do mais

alto gabarito, encolhido no caramujo de sua modéstia, entregue de corpo e alma às suas pesquisas e, de repente, nos sai com uma obra que antes de publicar, se torna, desde já, clássica, pois esgota no todo e para sempre o assunto, sem ranço de erudição, mas numa prosa das mais atraentes, conforme uma olhada que demos nos seus originais. E não se pense que faz ali ‘literatura’ sôbre um assunto folclórico. Foi às raízes, às origens, desde a vinda dos escravos.”. A colocação de Odorico nos faz perceber e entender o comprometimento e o segmento da linha de pesquisa de Waldeloir Rego, não somente por ser quem foi, mas pela obra em si quando analisada de perto. Geralmente a história da Capoeira divide-se em três períodos: da escravidão, da marginalidade e da academia.

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Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana

Instrumentos musicais O pandeiro entrou no Brasil por via portuguesa, se fazendo presente na primeira procissão de Corpus Christi, na Bahia, em 13 de junho de 1549. A partir desta época o negro aproveitou o pandeiro em suas festas e brincadeiras. Sua denominação no século XIX foi estudada por Francisco Adolfo Coelho que propunha – com dúvida – o vocábulo “pandeiro” ao invés de “pandura” (do latim), porém antes dele, Friedrich Diez (1887) também propusera o mesmo termo em Etimologgisches Wörterbuch der romanischen Sprachen. No caso do berimbau, o instrumento fazia parte do contexto da época, e sua origem é imprecisa. O atabaque é de origem árabe, o qual se traduz como mauriche panke – com tradução de “tímpano mouro” –, e ainda não tinha entrado no meio da Capoeira no século XIX. Outrossim, Rego acredita que o atabaque já se encontrava em terras brasileiras antes que os africanos os trouxessem, e que os portugueses teriam feito tal introdução. Sobre o caxixi (chocalho) nada de concreto foi definido acerca da origem do nome e procedência; o ganzá (reco-reco) também há desconhecimento sobre a origem do nome e da procedência; o agogô, instrumento de percussão de ferro, tem procedência no seu nome na língua nagô e significa “sino”, porém não há relato sobre qual povo africano o trouxe para o Brasil.

O berimbau. 31

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Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana

Caribé: jogo de Capoeira.

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Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana

Boleadeiras: armas marciais dos charruas, guenoas e guaranis Para alguns, estes índios são chamados de “índios boleadeiras”, do grupo guarani. Habitantes da Amazônia115 que utilizavam as boleadeiras116 para a caça e a guerra. Dois tipos de boleadeiras eram utilizados, tanto para as guerras quanto para as caçadas. Diferenciavam no número de bolas e na intenção do alvo. A boleadeira de uma bola, também conhecida como “bola perdida”, tinha o tamanho aproximado de um punho fechado e seu destino era atingir a cabeça do oponente. A boleadeira de duas bolas tinha por alvo as patas dos cavalos dos conquistadores. Também utilizavam arcos e flechas, com uma característica que os diferenciam dos demais: as pontas de pedra das flechas eram elaboradas com ótima técnica de lascamento, formando pontas perfeitas. Eram guerreiros temidos pelos portugueses. Seus gritos de guerra ficaram famosos assim como a sua coragem. Fabricaram

Boleadeiras.

115

Migraram para o sul a cerca de 2 000 AP. Fixaram-se nos vales dos rios Jacuí e da

Bacia Platina, assim como às margens das lagoas. 116

Foi na região uruguaio-riograndense que a boleadeira se tornou arma de guerra

pela primeira vez, assim como a utilização dos cavalos para a montaria.

33

I

Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana II

CAPÍTULO II TAEKWONDO NO RIO DE JANEIRO FORMADORES DE OPINIÃO PUBLICAÇÕES NO TAEKWONDO IDOSOS NO TAEKWONDO TAEKWONDO: AULAS EXPERIMENTAIS E DESCONTOS POR PACOTES O FUTURO DO TAEKWONDO (Uma visão do autor II) O CONCEITO DE MESTRE NO TAEKWONDO O MERCADO DE TRABALHO DO PROFISSIONAL DE TAEKWONDO TÁTICA E ESTRATÉGIA NO TAEKWONDO

Rio de Janeiro - Baía de Guanabara (século XVI).

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Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana II

TAEKWONDO NO RIO DE JANEIRO Aspectos do Taekwondo no Rio e Janeiro. Uma história baseada nos relatos de ícones de nosso Estado. “Eu vou deixar em dia a vida e a minha energia...” (Hermes de Aquino, década de 70) O objetivo é resgatar a história do Rio de Janeiro através da lembrança daqueles que viveram um tempo diferente e guardaram na bagagem diversas experiências. Nas linhas abaixo compartilharemos do imaginário de décadas anteriores através das contribuições de faixas-pretas: atores da historiografia marcial. Evidente que muitos atletas e profissionais de nossa área contribuíram para o crescimento da modalidade. Difícil apontar, aqui nestas linhas, todos os que formaram a coluna vertebral do Taekwondo quando introduzido no Brasil. Porém, grandes personagens do Taekwondo como Rodney Américo dos Reis, João Henrique Sobrinho, Reinaldo Evangelista122, Hélio de Mello, dentre muitos de sua época até a atualidade, viveram a década de setenta e continuam contribuintes do Taekwondo, ou seja, estão na ativa. O Grão Mestre Teófanes, 7º Dan WTF, nos revela que na sua época havia muita disposição para a luta e que precisavam mostrar o potencial do Taekwondo para os brasileiros, por ser uma luta nova. Muitas vezes foram desafiados por lutadores de Karatê “Muitas vezes éramos desafiados pelos praticantes de Karatê. Mostrávamos o que tínhamos aprendido...”. Seu grupo sempre foi unido nos treinamentos e desafios, estavam sempre confiantes devido ao bom treinamento e amizade. Entretanto, relata que nunca houve agressividade por parte dos praticantes de Taekwondo “Havia rixa, nos ringues de luta e disputa por namoradinhas que gostavam de namorar os novos campeões.”. Além de tudo, o Jiu Jitsu também participava de confrontos, invadiam academias para se firmarem na nova arte, mas sem muita repercussão. Segundo o Sabumnin Edimir Kawakubo, V Dan ITF, que iniciou no Taekwondo em 1982, relata nomes importantes entre os brasileiros: Rodney Américo (ligado ao mestre Woo Jae Lee),

122

Conhecido como Pelé.

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Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana

Regras oficiais de Taekwondo: década de 70. 36

Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana II

João Henrique Sobrinho (ligado ao mestre Woo Jae Lee); entre os coreanos: Yong Min Kim, Jung Roul Kim, Nam Ho Lee e Sin Hwa Lee. Conta-nos também sobre Hélio de Mello, hoje grão mestre 7º Dan WTF, que derrotou muitos capoeiristas que o desafiavam. Mas, se tratando do grupo de Kawakubo, não havia muitas rixas, pois Woo Jae Lee sempre foi eticamente e moralmente corretíssimo, não aceitava tais atitudes de seus alunos. Mestre Marcus Resende, 6º Dan WTF, conta que nas décadas de 80 e 90 todos os atletas, com raras exceções, sofreram grande influência da filosofia marcial, e que três mestres cariocas, Yong Min Kim, Nam Ho Lee e Jung Roul Kim conseguiram embutir nos cariocas uma refinada técnica marcial, garra, raça, firmeza em combates “Alguns atletas como eu, Carlos Fernandes, Luiz Octávio Domingues, Alexandre Barbosa Lima, Milcley Mattos, Marcos Rodrigues, Juacy Mendes, buscávamos a atualização da arte marcial que se transformava em desporto, sem negligenciar dos conceitos marciais. Carlos Fernandes foi o mais vitorioso de todos e quem mais fez intercâmbio internacional entre 85 e 91.”. A partir de 2000 muito mudou principalmente pela maior navegação na internet e do fácil acesso a materiais escritos, vídeos competitivos e explicativos, assim como pela entrada do Taekwondo nas Olimpíadas, que o fez ser reconhecido por todo o Brasil. “O Modo de lutar de paulistas, cariocas, mineiros, gaúchos e paranaenses era muito parecido. O que prevalecia era o aspecto tático, sobretudo o desenvolvido por atletas paulistas e paranaenses.”. Em 1974, na Praia Vermelha, Mestre Carmelino de Souza Vieira123 conhecia o Taekwondo em uma demonstração através do Mestre Woo Jae Lee, onde a modalidade era representada pela Confederação Brasileira de Pugilismo (CBP). Chegou a Coordenador Técnico. Em seguida, conta que foi para Campos com Woo Jae Lee, enquanto que Yong Min Kim administrava a academia de Botafogo, na Rua Voluntários da Pátria. “Nós participávamos de algumas demonstrações, de campeonatos (...) Aquele era meu grupo: Rodney Américo dos Reis, Roberto Carlos Américo dos Reis (Bob), Bento, Ivan Varela (um dos primeiros do Taekwondo) (...) esse grupo era mesmo o primeiro time...”.

123

Também faixa-preta de Karatê e Judô.

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Mestre Carmelino não esquece também de apontar outros grandes ícones como Nélio, Park, Chang Seon Lim e Flávio Molina124 “Lembro de Nilo, um grandalhão que tinha uma academia no Largo Machado (...) Ele brigava sempre com o Molina. Os dois se atracavam, saiam em brigas homéricas. Isso em luta, claro.”. Seu relato vai além quando relembra que Molina adorava briga de rua, pois era bom capoeirista. Como lutador da arte entrava nas rodas e batia de verdade, assim como no Taekwondo que girava com ginga, se esquivava, batia para machucar. Nas décadas de 70 e 80 o Rio de Janeiro aproximou-se da cultura oriental com as massagens, origamis e “Arte Marcial”, onde a última foi inserida nas academias as quais ensinavam outras modalidades marciais. Algumas academias, na época, eram fiéis à modalidade ensinada como, por exemplo, Academia Faixa Preta (1972), na Tijuca. Modelo para duas vias, a primeira pelo modelo marcial Taekwondo e o que representa. A segunda via está pelo período de existência. Iniciou com o Taekwondo em um primeiro momento, em um segundo mesclou outras modalidades de artes marciais. Talvez o Taekwondo tenha entrado em um novo ciclo. Segundo o Mestre carioca Rodney Américo dos Reis, 5º Dan WTF, o primeiro faixa-preta do Brasil, os protetores de bambu faziam muito barulho “Naquela época ainda não usávamos protetores em campeonato. Mais tarde foi introduzido o protetor de bambu que fazia um barulho danado, quando acertávamos um chute certeiro.”. Relata também que na retirada do Mestre Woo Jae Lee do Estado do Rio de Janero, deixou o Mestre João Henrique Sobrinho (um dos mais antigos) cuidando dos exames de faixas coloridas e faixas pretas após realizar uma reunião. Ao chegar o Mestre Yong Min Kim no Brasil, os exames começaram a ser feitos em conjunto, e somente foram separados após a mudança técnica dos poomsaes. “Eram cerca de cinquenta alunos por turma entre os anos de 1973 e 1990, quinhentos alunos por exame e duzentos e cinqüenta alunos que eu levava. A propaganda na época era: Seja também um demônio voador!”. Em sua época o Taekwondo era conhecido como “Taekwondo Arte” que atacava das mais diferentes formas para serem lutadores

124

Molina era policial e faleceu em um salvamento quando conseguiu resgatar uma

pessoa de um abismo.

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perigosos, fazendo com que seus adversários ficassem sem chances de reação. O treino era diversificado e constante: defesas de mãos e de pés, esquivas, bandas e rasteiras (por trás, pela frente, pelos lados). Os ataques de mãos eram enfatizados, diferente da atualidade “Treinávamos inúmeras vezes até a exaustão: o maior número de socos e chutes com ou sem pulo para dominarmos uma técnica variada.”. Cita também que o 1º campeonato entre estados foi realizado em 1975 em Brasília e a equipe do Rio foi a campeã. Segundo as lembranças do Mestre Rodney, segue os lutadores do passado: Sobrinho, Caroço, André, Carlinhos (Ms. J. R. Kim); Nélio (Ms. Lee); Nilo (Ms. Lee); Nelson Pissini (Ms. Rodney); Marcio e Ivan Atherino (Ms. Rodney); Manoel da Ilha (Ms. Lee); André (Prof. Manoel/Ms. Rodney); Flavio Molina (Ms. Kim); David Noguchi (Ms. Lee); Flavio Black (Ms. Lee/Ms. Rodney); Baiano (Ms. Kim); Gabriel (Prof.André); Santos e seu irmão Gerson (Ms. Lee); Marcelino de Campos (Ms. Lee); Paulinho Valadão (Ms. Rodney); Julio (Ms. Rodney); Leonardo (Ms. Rodney); Saul (Ms. Rodney); Salvador (Ms. Rodney); Sandoval (Ms. Kim); Milcley, João Henrique (Ms. Lee); Hélio de Melo (Ms. João Henrique); Alexandre (Marinho); Alan Luxardo (Marinho); Portela (Ms. J. R. kim); Silva (Ms. J. R. Kim); Cesar (Ms. J. R. Kim); Zito (Ms. Nam Ho Lee); Eduardo Barreto (Bob); Luis Paulo (Bob); Ronaldo (Bob); Susu (Ms. Rodney); Oldemar (Ms. Kim); Varela (Ms. Lee); Bento (Ms. Lee); Paulo Sergio Gomes (Ms. Kim); Pelé (Ms. Lee/Ms. Kim); Pimpolho (Ms. Kim); Rodney (Ms. J. R. Kim); Oliveira (Ms. Kim); Marcus Rezende e outros, aos quais peço desculpas por não me lembrar no momento, mas que também brilharam nos dojans e merecem todo o nosso respeito e admiração, pois serviram de exemplo para outras gerações. Mestre Jadir Fialho, 5º Dan WTF, e atual Coordenador Técnico da CBTKD, relata que iniciou o Taekwondo aos oito anos com Ivan Varela, um dos primeiros no Rio de Janeiro e dissidente do Karatê. Ivan Varela fundou a Associação Fluminense de Taekwondo, foi o responsável pelo projeto no Corpo de Bombeiros Campinho e ministrava aulas com o Professor Carlos de Deus: “Na época, quando iniciei, eles davam almoço. Minha família passava dificuldades. O precursor de projetos sociais no Rio de Janeiro foi Ivan Varela e Carlos de Deus.”. Lembra também dos doboks de gabardine acetinado que em duas horas estavam secos e dos campeonatos fluminenses que no início eram absolutos, não tinham categorias de peso, mas com certo limite em relação a graduação. Mestre Jadir nos descreve como Varela era dedicado, ao ponto de agendar mensalmente, na baixada fluminense,

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Apostila da Academia Faixa Preta.

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demonstrações em escolas, faculdades e quartéis. Realizava tui yop chagi por dentro de um bambolê pegando fogo: era o seu grand finale. “Ele ia de escola em escola. Várias escolas em um mês com quatro ou seis atletas. Quebramento de mão, luta e saltos. Na baixada fluminense é o pai do Taekwondo.”. O impacto destas demonstrações nas pessoas era notório, pois naquela época os filmes de Bruce Lee estavam em voga. Lembra também dos principais precursores: na zona sul Mestre Yong Ming Kim e Mestre Woo Jae Lee; Mestre Nam Ho Lee no Méier e Campo Grande e Ivan Varela no subúrbio do Rio de Janeiro. “Você pode abrir o livro, aquele do Mestre Woo Jae Lee: Aprenda Taekwondo. No 5º

II

Ivan Varela.

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gub tem uma foto de um professor dando um tui dollyo chagi. Este é o Varela arrancando uma maçã na cabeça, naquela foto está de bigode. Na minha opinião, ele foi um dos maiores propagadores do Taekwondo no Rio de Janeiro.”. Varela ensinava na Academia Flores de Nilópolis, fazia rodízio de luta com professores convidados de várias modalidades: Boxer, Karatê, Kung Fu, dentre outras. Focava o Taekwondo marcial e os calejamentos. Por fim, nos conta a impressionante história de como o Taekwondo do Rio de Janeiro pode modificar a vida de todos: “Em 2000 implantei um trabalho socioeducativo em meio aberto e havia um garoto, em uma determinada escola, que afrontava os professores por conta da sua relação com pessoas do tráfico. Por ocasião, descobriu o Taekwondo, se identificou e logo tornouse Campeão Carioca, além de conseguir ser o aluno com melhor rendimento em sua turma: se tornou um exemplo. Para mim o Taekwondo contribui para a construção dos valores e é uma excelente ferramenta para prevenção.”. Notoriamente muito mudou com o final da Academia Faixa Preta e o início da Academia Tanchien, a qual continuou o trabalho da primeira e abriu oportunidade para diversas modalidades marciais, pois a Academia Faixa Preta mantinha o Kung Fu com os Professores “Fome” e Rangel (Garra de Águia)125, e depois Marcos Vinícius (Hung Gar). Entretanto, como as “Artes Marciais” estavam em declínio, e até mesmo o Taekwondo não tinha muita força por existirem muitos grupos distintos. Ms. Luiz Octávio precisou modificar o cenário para manter-se no mercado, incluindo posteriormente a musculação, a dança, etc. “A Academia Faixa Preta realmente foi o símbolo do Taekwondo no Rio de Janeiro e da Tijuca, sempre considerada a melhor em sua época, vivia lotada e cheia de campeões, assim como os diversos troféus e quadros pelas paredes. Naquele momento podia ver Escudo da Academia Faixa Preta para colocar no dobok.

125

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Professores do autor.

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a dedicação nos rostos de todos e na confiança e respeito ao mestre. O símbolo gravado na parede mantinha o respeito e significava o brasão de um grupo, o brasão do Taekwondo. O leão impunha o respeito e o único palavrão era “caraca”, nenhum mais. Ninguém reclamava do calor e por não ter ar condicionado e nem do carpete no chão, das bolhas que surgiam para que os calos pudessem aparecer e proteger os pés; o saco de Box pesado e duro preso na parede por um grande “ele” envergado com o peso; os treinos fortes sem protetores, onde somente o mestre dava auxílio em momentos que os primeiros socorros orientais e também ocidentais precisavam ser utilizados; os chutes voadores praticados em todas as aulas; uso com pesos no tornozelo e na cintura; as técnicas de defesa pessoal contra baionetas e os treinos com armas; as abdominais com socos no abdome e as flexões que só poderiam ser realizadas com as mãos fechadas, o cumprimento de joelhos que também era feito com as mãos fechadas; as faixas não eram pedidas pelos alunos que queriam se graduar rapidamente, pois tinham a humildade de saber esperar e ser apontado pelo mestre e não era necessário ensinar o aluno a cumprimentar para entrar e sair da sala de treino, pois todos faziam isso ao ver os mais graduados. Era uma época onde havia verdadeiro respeito por uma cultura, uma cultura marcial que hoje declinou para dar lugar a competitividade que não acompanhou a filosofia da nossa arte. Claro que muito do que vivíamos foi condenado e modificado para que no futuro tenhamos a nossa atualidade condenada e modificada por mais uma vez, ou seja, sempre haverá ganhos e perdas com a ideia de avançar e melhorar.” (Roberto Cardia)

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II

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Livro “Aprenda Taekwondo”. Mestre Woo Jae Lee. 1978.

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TAEKWONDO: AULAS EXPERIMENTAIS E DESCONTOS POR PACOTES Nada existe de inadequado às aulas experimentais, pois é certo que os novos alunos desejam realmente experimentar e a partir da primeira aula ser mais um integrante nas salas de Taekwondo. Entretanto, a ideia é mostrar um outro lado, onde muitas vezes deixamos passar conceitos importantes. Praticamos durante anos em academias ou clubes para nos graduar, atingir a faixa-preta e seguir um novo ofício. É nesta questão que devemos ao menos conhecer e entender que não somos nem mais e nem menos que qualquer outra profissão, seja ela regulamentada ou não. Realmente não importa! O que importa é tratarmos nossa profissão como ciência e cada vez mais devemos apontar as falhas que foram e são cometidas para que surjam novas tendências nos setores educativos, técnicos e etc. Uma destas falhas está no momento que entramos em uma academia para lecionar, onde nunca somos perguntados se queremos ou não dar aulas experimentais ou se queremos que nossa arte esteja em meio a pacotes, ou seja, o Taekwondo e outras atividades juntas a um preço menor. Como todos sabem neste pacote existirá um desconto, o qual diminuirá o valor real do profissional. É importante citar mais uma vez que não há nenhum problema nas aulas experimentais ou nos pacotes, desde que combinado antes, mas infelizmente isso não acontece na prática. Na maioria das vezes não haveria necessidade de aulas experimentais, porque a sociedade sabe exatamente o que é uma “Arte Marcial”: luta, filosofia e etc. Todos sabem que Taekwondo é uma modalidade de contato, e para aqueles que não conhecem basta assistir. Na verdade, quando damos aulas experimentais o intuito é gratuidade: trabalhamos sem remuneração. Faremos então uma singela comparação entre ofícios. Não existem consultas experimentais na medicina, atendimentos “0800” na odontologia, almoços gratuitos nos restaurantes, etc. Não existem também aulas experimentais em musculação porque as pessoas sabem que se trata de levantamento de peso. Muitos donos de academias não aceitam bolsa integral ou parcial quando um professor resolve oferecer esta gratuidade para alunos de baixa renda, mas continuam com a política de que o pacote deve existir e abaixam o valor dos nossos profissionais. Não há acordos, mas sim abusos e indiferenças.

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Seria mais correto estipular valores para aulas experimentais, mesmo que simbólicos, as quais seriam tratadas como avulsas. A partir desta aula o profissional estaria recebendo – o que seria justo – e caso o interessado se identifique com a modalidade poderia abater na mensalidade o valor pago. Muitas pessoas comentam sobre os “espertos” que procuram as academias para fazer aulas experimentais durante algum tempo no intuito de praticar gratuitamente e depois com aquele ar de pseudo-honestidade contam suas pobres façanhas. O que acontece é uma acomodação social, onde as pessoas estão acostumadas com tudo de graça, principalmente em nossa área. A sociedade ainda não enxerga nossa modalidade como profissão, nem tão pouco os donos de academias. Muitos deles citam os praticantes de “Artes Marciais” como pessoas “sem cultura”; difíceis de lidar; sem compromisso com o trabalho; e quando o ensino superior é incompleto não teriam o mérito de estar em sua empresa. Muitos relatam que a falta de compromisso provém de um trabalho fixo externo e que estão dando aulas somente por prazer ou como “bico”. Enfim, aulas gratuitas e pacotes são bem vindos somente quando o profissional concorda, no contrário devem ser consideradas como imposição e desrespeito à nossa profissão.

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Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana II

HARANG CENTRO DE ARTES MARCIAIS Mestre Erick Pimentel

TAEKWONDO - MUAYTHAI - BOXE - MMA Av. Bras de Pina, 1281 Sl. 201 - Vila da Penha - RJ

PENHA: - Academia Valéria Moreyra - Rua Quito nº 95 - Centro Educacional Multipla Escolha - Rua Antônio do Carmo nº 75 VILA DA PENHA: - Centro Educacional Brilho do Sol - Av. Gal. Silveira Sobrinho nº 422 OLARIA: - Jardim Escola Faz e Conta - Rua Antônio Rego nº 768

CONTATO (21) 30661033 - 99923853 [email protected] http://www.sites.google.com/site/harangca 47

Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana II

CAPÍTULO III O CONCEITO DE MESTRE NO TAEKWONDO O PERFIL DO PRATICANTE MARCIAL ORIGEM DAS ARMAS CONDICIONAMENTO FÍSICO X CONDICIONAMENTO TÉCNICO A MELHOR MODALIDADE DAS “ARTES MARCIAIS” ESPORTE X ARTE MARCIAL UM ARTISTA MARCIAL LENDÁRIO CRIANÇAS QUE PRATICAM “ARTES MARCIAIS”: UM ENFOQUE DIFERENTE DEFESA PESSOAL

Pintura rupestre de caçador/dançarino.

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ORIGEM DAS ARMAS A história da criação e evolução das armas iniciou-se a partir da necessidade de proteger os campos e a vida dos indefesos trabalhadores que pagavam altos impostos, onde muitas vezes se defendiam de salteadores que invadiam a cidade para saquear e destruir. Na pré-história, galhos de árvores eram queimados para melhorar a questão do afiamento de uma nova arma que surgia. Posteriormente, antes da metalurgia, a fabricação de pontas de flechas de pedras e lanças de pedras foram confeccionadas para diversos fins. Mais adiante, problemas de guerras internas e externas, grupos de saqueadores peregrinos que, por onde passavam, deixavam as marcas do roubo e da destruição. Bandidos viajantes e animais selvagens que ameaçavam a integridade de moradores e negociantes conseguiram fazer com que a produção e a descoberta de armas no campo fossem elaboradas rapidamente. Os camponeses eram pessoas humildes e de poucos recursos financeiros, fato que não poderia justificar a compra de uma espada, a qual era a mais cara das armas e a mais cobiçada pela sua eficácia. Existia também a proibição de uso em certas culturas. Contudo, conseguiram desenvolver e adaptar objetos de trabalho do dia a dia para a autodefesa. O desenvolvimento da espada surgiu a partir da necessidade de alongar objetos cortantes. Facas foram “transformadas” em lanças e espadas por adaptações sem que o guerreiro precisasse entrar em contato direto com o seu oponente. Foram armas elaboradas por artesãos qualificados, que começaram a confeccionar novas armas no intuito de invalidar ações de uma outra arma já existente. A origem do Bastão articulado, por exemplo, está intrinsecamente relacionada com o mangual. O mangual é um instrumento rústico e articulado, de uso específico para malhar e debulhar determinados cereais como o arroz. O tamanho varia de 0,90 cm para o pírtigo e de 1.80 cm para o mango. Ambos são unidos por uma tira de couro cru chamada de inçadouro, tem cerca de 5 cm de largura e 30 cm de comprimento. Dependendo do país e da região, o tamanho, forma e matéria-prima variam conforme a cultura local. Este instrumento deu origem direta ao bastão articulado: nunchacu (Japão), yion bom (Coreia) ou lan ti kuan (China). Nesta arma, também, o tamanho e a matéria-prima

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III

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variam de acordo com o usuário. Em sua maioria, são confeccionados dois bastões de madeira do tamanho do antebraço, ligados por uma corrente ou corda. Posteriormente, foi criado o sam yon bom coreano, bastão articulado de três partes. Outras armas como a corda, a bengala, o bastão, o tridente e a foice também tiveram a sua história baseada no desenvolvimento dos utensílios camponeses.

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Guerreiro Xondaro.

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MG

31 3497-8999 / 8832-9888

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CAPÍTULO IV TÉCNICAS MARCIAIS NA PREVENÇÃO DE PATOLOGIAS ARTICULARES: ESTUDANDO O OGUL MAKI

Taekwondistas. 53

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TÉCNICAS MARCIAIS NA PREVENÇÃO DE PATOLOGIAS ARTICULARES: ESTUDANDO O OGUL MAKI Mesmo com algumas variações, dentro de nossa modalidade ou com nomenclatura diferente em diversas “Artes Marciais”, o movimento ogul maki foi pesquisado e estudado. O Estudo Existem diversos movimentos nas “Artes Marciais” que colaboram na manutenção da saúde. Porém, na atual conjuntura e sobre a óptica de algumas classes da área de saúde não são abordados separadamente, mas sim como um conjunto de exercícios benéficos que melhoram a resistência cardiorespiratória, coordenação motora, autoestima, etc. Diversas pesquisas foram feitas, mas não as que tangem conceitos sobre abordagens preventivas e, não houve, pelo menos até agora, nenhum relato ou informação. Não há também estudos sobre as relações dos meridianos (“canais de energia”) e os movimentos que estão envolvidos na execução muscular, nem tão pouco sobre os movimentos musculares exercendo influências nos órgãos internos através dos meridianos correspondentes, e principalmente relacionados com as “Artes Marciais”. Este trabalho refere-se ao estudo de apenas um único movimento contido em diversas “Artes Marciais”, sem o envolvimento de ganho de força, velocidade, etc., o qual foi possível descobrir ganhos sobre a função da amplitude do complexo articular do ombro.134 O movimento abordado é o ogul maki, uma das técnicas da “Arte Marcial” Taekwondo, porém são várias as modalidades que a utilizam, mas tecnicamente de forma parecida. Na verdade temos por base a elevação do braço acima da cabeça e não propriamente uma técnica perfeita. Ogul maki é apenas uma

134

Seguindo a mesma linha de pensamento é importante registrar que o autor con-

seguiu desenvolver, através da acupuntura, ganhos bastante significativos no aumento da amplitude dos movimentos e velocidade nas técnicas de chutes: com ajuda de exercícios direcionados que poderão estar envolvidos com pesos ou não.

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referência da potencialidade dos movimentos marciais que há muito tempo foi ignorada. Ao final é mencionado o movimento ogul maki em sua íntegra, com os músculos envolvidos, planos e graus, função marcial e meridianos correspondentes. A Pesquisa O início desta pesquisa deu-se por diversos atendimentos com acupuntura 135 a pacientes com redução do movimento articular do ombro, principalmente acima da cabeça e a prática da docência marcial observada em sala de aula. Em sua maioria, o grupo estudado foram idosos (praticantes perpétuos, novos praticantes e ex-praticantes). A pesquisa envolveu praticantes de várias áreas: Taekwondo, Karatê, Kung Fu e Tai Chi Chuan. É evidente o interesse pelo Tai Chi Chuan por ser uma arte de leve intensidade em termos de movimentos marciais, pois é a mais procurada por idosos, considerada a de menor baixo impacto para esta faixa etária. A questão foi descobrir e analisar se os praticantes idosos mantinham a função regular da articulação do ombro, se houve melhora pós-prática e se continuam ativos em sua modalidade. Sobre os idosos que nunca tiveram contatos marciais e/ou estavam sedentários, nenhum dado foi colhido, pois como sabemos inúmeros trabalhos apontam que a falta de exercício físico para terceira idade é prejudicial à saúde e inibe a mobilidade. Função Marcial Para o Taekwondo, esta técnica é uma defesa contra um soco, e defendida com o antebraço. Seu início é aproximadamente na metade da distância entre o umbigo ao apêndice xifoide, no

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No Ocidente a acupuntura é considerada uma neurociência com ações anti-infla-

matórias que estimula a produção de corticóides através da glândula supra-renal. Após aplicação de agulhas há liberação natural de neurotransmissores como, por exemplo, as serotoninas (atuantes no humor) e endorfinas (atuantes em analgesias).

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IV

Treinamos atletas desde 1985. Mais de 30 instrutores formados (faixas pretas).

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CAPÍTULO V ANAMNESE NO TAEKWONDO QUESTIONÁRIO PARA O TAEKWONDO CRÉDITOS BIBLIOGRAFIA

Mas. Oyama.

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ANAMNESE NO TAEKWONDO O atestado médico é obrigatório, assim como a avaliação funcional, que darão acesso à pratica marcial. Porém, ainda não é o bastante, pois na maioria das vezes o professor não conhece o histórico patológico pregresso (HPP) do seu novo aluno. Sendo de suma importância que este profissional tenha consciência do estado de saúde físico e mental do aluno, a anamnese é a “carta de ingresso” para o novo adepto que irá revelar dados importantes ao professor. De acordo com algumas dificuldades na relação academia/professor, o sugerido é que cada profissional retenha dados de cada aluno e periodicamente realize novas abordagens do que seria de mais pertinente em nossa modalidade. Esta anamnese determina o perfil de cada aluno, sem ela dados importantes poderão passar desapercebidos e alguma patologia séria deixará de ser identificada, assim como a ocorrência de riscos à saúde do aluno. A intenção é melhorar cada vez mais os procedimentos do professor em seu ofício, aumentar o leque de informações para que chegue mais rápido e com maior segurança à meta desejada: o treinamento e seus benefícios. No entanto, as informações que seguem abaixo são sugestões, e cada profissional poderá montar suas perguntas da forma que melhor lhe convier. Data; nome; ocupação; estado civil; nascimento; idade; naturalidade; nacionalidade; sexo; telefone fixo e celular; nome do pai; nome da mãe; endereço; bairro; cidade; CEP; email. Sente dores? Onde? Histórico das dores ou doenças: Tratamentos anteriores: Histórico de doenças familiares: Histórico familiar (quantas pessoas na família/ relacionamento familiar): Histórico social (bebe/fuma/diversão/qual frequência): Comunicação (introvertida/extrovertida/guarda sentimentos de raiva, rancor, etc.): Disposição geral (quando acorda/durante o dia): Alterações da mente (tristeza, confusão metal, depressão, síndromes persecutórias, dentre outros):

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Alimentação (alimentos regulares): Digestão (queimação/refluxo esofágico/empanzinamento): Medicamentos em uso (quais/tempo de uso): Circulação (varizes/micro varizes/sensibilidade tátil): Respiração (ruidosa/falta de ar): Audição (zumbidos/surdez), visão (escotomas/hiperemia) e olfato: Peso atual (e histórico do seu peso) e altura: Alergias: Pressão arterial: Implantes: silicone, metais, dentre outros: Observações: Assinatura do responsável: Assinatura do aluno:

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CRÉDITOS Para facilitar aquele leitor que deseja encontrar a origem bibliográfica da imagem, abaixo é descrito as devidas referências, e ainda, a página em que se encontra. Imagem 1: Ms. Roberto Cardia; arquivo. p. 7. Imagem 2: Taekwondo em coreano; CD-ROM “A Arte do Taekwondo”. p. 9. Imagem 3: Ms. Roberto Cardia; arquivo. p. 9. Imagem 4: Índio caçador; O Brasil de Debret. p. 23. Imagem 5: Antropofagia; Viagem à terra Brasil. p. 29. Imagem 6: Tupinambá segurando a ibirapema; Viagem à terra Brasil. p. 37. Imagem 7: Konyan-Bébe; Viagem à terra Brasil. p. 38. Imagem 8: Texto original; História da Província de Santa Cruz. p. 43. Imagem 9: Cavalaria guaicuru; Coleção Imagens do Brasil. O Brasil de Debret. p. 44. Imagem 10: Chefe guaicuru ao lado do cavalo; Coleção Imagens do Brasil. O Brasil de Debret. p. 44. Imagem 11: Momento antropofágico: a descida da ibirapema; Viagem à terra Brasil. p. 46. Imagem 12: Guerreiros botocudos; Coleção Imagens do Brasil: O Brasil de Debret. p. 47. Imagem 13: O uso da navalha na Capoeira. Capoeira, os fundamentos da malícia. p. 53. Imagem 14: O berimbau; Coleção Imagens do Brasil: O Brasil de Debret. p. 55. Imagem 15: Caribé: jogo de Capoeira; Capoeira, os fundamentos da malícia. p. 59. Imagem 16: Caribé: jogo de Capoeira; Capoeira, os fundamentos da malícia. p. 61. Imagem 17: Guerreiro Xondaro; A Nova Democracia. p. 70. Imagem 18: Boleadeiras; arquivo. p. 73. Imagem 19: Chefe Charrua; Coleção Imagens do Brasil: O Brasil de Debret. p. 74. Imagem 20: Albano Neves: n´golo; Revista de História da Biblioteca Nacional. p. 75. Imagem 21: Huka Huka; arquivo. p. 76. Imagem 22: Rio de Janeiro - Baía de Guanabara (século XVI); Viagem à Terra Brasil. p. 77. Imagem 23: Regras oficiais de Taekwondo: década de 70. p. 79.

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Imagem 24: Apostila da Academia Faixa Preta (capa); arquivo. p. 83. Imagem 25: Ivan Varela; Aprenda Taekwondo. p. 84. Imagem 26: Escudo da Academia Faixa Preta para colocar no dobok; arquivo. p. 85. Imagem 27: Capa do livro “Aprenda Taekwondo”. p. 87. Imagem 28: Pintura rupestre de caçadores/dançarinos; A dança e a Escola de Ballet. p. 97. Imagem 29: Taekwondo Adaptado; arquivo. p. 98. Imagem 30: Taekwondistas; Angelo Cesar Resende. p. 125. Imagem 31: Taekwondistas; Angelo Cesar Resende. p. 126. Imagem 32: Ogul maki; Korean Karate, Free Figthing Tecniques. p. 129. Imagem 33: “Ogul maki”; Karate-do: manual prático. p. 130. Imagem 34: “Ogul maki”; Tai-chi chuan: arte marcial, técnica da longa vida. p. 131. Imagem 35: Mas. OYAMA; This is Karate. p. 139. Imagem 36: Logo Roberto Cardia; arquivo. p. 137. Imagem 37: Ms. Roberto Cardia; arquivo. p. 148. Imagem 38: Faça Taekwondo, não a guerra!; arquivo. p. 151.

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BIBLIOGRAFIA REGO, Waldeloir. Capoeira Angola Ensaio Sócio-Etnográfico. Bahia: Editora Itapuã. 1968. CAPOEIRA, Nestor. Capoeira, os fundamentos da malícia. 8ª edição. São Paulo. Editora Record. 2001. RENAUL, Delso. O dia-a-dia no Rio de Janeiro, segundo os jornais, 1850-1870. Rio de Janeiro. Editora Civilização Brasileira. 1978. RENAUL, Delso. O dia-a-dia no Rio de Janeiro, segundo os jornais, 1870-1889. Rio de Janeiro. Editora Civilização Brasileira. 1982. RENAUL, Delso. O Rio Antigo nos Anúncios de Jornais, 1808-1850. 3a edição. Rio de Janeiro. Editora CBBA/Propeg. 1985. CARDIA, Roberto Nascimento. Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana, vol. 1. Rio de janeiro. 2007. HERSKOVITS Melville J. Antropologia Cultural. São Paulo. Editora Mestre Jou. Tomo II, 1947. HERSKOVITS Melville J. Antropologia Cultural. tomo I. São Paulo. Editora Mestre Jou, tomo I, 1947. CERTEAU, Michel de. A Escrita da História. 2º edição. Editora Florence Universitária. São Paulo. 2007. LÉRY, Jean de. Viagem à Terra Brasil. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército Editora, vol nº 5, 1961. STADEN, Hans. Viagem ao Brasil. São Paulo: Editora Martin Claret, 2007. ANÔNIMO, Relação do Piloto. 1500. GONNEVILLE, Capitão Binot Paulmier de. 1505. CAMINHA, Pêro Vaz. 1500. GÂNDAVO, Pêro Magalhães. História da Província de Santa Cruz. 1576. LEMOS, Maria de Lourdes; Rhoneds A. Rodrigues Perez; BEZERRA, F. Octávio da Silva. Estudos Arqueológicos do Parque Nacional da Tijuca. Rio de Janeiro. Editora Sociedade dos Amigos do Museu Nacional. 2002. BOND, Rosana. A Nova Democracia. Xondaro. Rio de Janeiro, p. 32, março. 2004. STRUASS, Claude Levi. Tristes Tópicos. Barcelona. Editora Paidós Ibérica. 1988. FUNARI, Pedro Paulo, NOELI, Francisco Silva Noelli. Pré-História do Brasil. São Paulo. Editora Contexto. 2005. MELATTI, Julio Cesar Melatti. Índios do Brasil. 2a edição. Brasília. Editora de Brasília. 1972.

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Roberto Cardia

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Academia Tan Chien (antes academia Faixa Preta - Tijuca).

“Todos os caminhos servem para aqueles que não sabem para onde ir.” Ms. Roberto Cardia

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Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana Volume II Depois de nove anos de trabalho no primeiro volume, Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana II nasceu de diversos estudos e pesquisas fundamentadas em diversas fontes após cinco anos. Possui uma reforma cultural no tocante de tratar as Artes Marciais como ciência, assim como perceber a marcialidade em culturas que antes não faziam parte de nosso universo. Um trabalho finalizado após quatro anos de dedicação.

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